No dia 21 de abril de 1960 foi inaugurada Brasília no Distrito Federal, tendo seu espaço geográfico estabelecido em 5.801 km².
O crescimento demográfico explosivo e desordenado nos municípios circunvizinhos ao Distrito Federal, em processo dissociado de um programa de desenvolvimento de geração de empregos e da necessária infraestrutura, acarretou problemas sociais gravíssimos e o recrudescimento da violência e da criminalidade no Entorno.
Ao longo dos últimos 50 anos, foram intentados diversos Programas para administrar os impactos resultantes da implantação de Brasília.
Em 1975, a União fez a primeira tentativa para reverter o quadro que se prenunciava sobre o Entorno. Sob a coordenação da SUDECO, foi criado o Programa Especial da Região Geoeconômica de Brasília (PERGEB), com três metas básica.
a) Abertura de novas oportunidades de emprego nas áreas de origem dos fluxos migratórios;
b) Melhoria no abastecimento de Brasília quanto a produtos agrícolas;
c) Atenuação da pressão sobre os equipamentos urbanos e serviços sociais do Distrito Federal.
No início dos anos 80, os objetivos sociais relacionados à absorção da população migrante, via oferta de empregos, fixação no campo e nas cidades da Região, não chegaram a ser atendidos na forma pretendida. Brasília continuava a receber levas consideráveis de migrantes e a representar a opção de equipamentos de saúde, educação e mercado de trabalho, para a maior parte das cidades daquela região.
Em 1981, a Superintendência de Desenvolvimento da Região Centro-Oeste (SUDECO), juntamente com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU), formulou uma nova proposta de estratégia espacial voltada para os municípios mais próximos a Brasília. Foram selecionados 33 municípios, sendo 25 do Estado de Goiás e 8 pertencentes ao Estado de Minas Gerais. Juntos com Brasília, esses municípios passaram a integrar a Área do Distrito Federal e Entorno, com superfície total de 99.442,86 km². Já à época, ali viviam 2,6 milhões de habitantes. Essa área foi institucionalizada na assinatura do Protocolo de Intenções entre os Governos de Goiás, de Minas Gerais e do Distrito Federal. Como resultados desse acordo foram criadas Secretarias do Entorno em Goiás e no DF, tendo, ainda, os prefeitos locais se articulado politicamente em torno da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB).
Em 19 de fevereiro de 1988, a Lei Complementar n. 94 criou a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), constituída pelo Distrito Federal, pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, no Estado de Goiás; e de Unaí e Buritis, no Estado de Minas Gerais. Áreas de interesse da RIDE:
a) Infraestrutura;
b) Geração de empregos e capacitação profissional;
c) Saneamento básico, em especial o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço de limpeza pública;
d) Uso, parcelamento e ocupação do solo;
e) Transportes e sistema viário;
f) Proteção ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;
g) Aproveitamento de recursos hídricos e minerais;
h) Saúde e assistência social;
i) Educação e cultura;
j) Produção agropecuária e abastecimento alimentar;
k) Habitação popular;
l) Combate às causas de pobreza e aos fatores de marginalização;
m) Serviços de telecomunicação;
n) Turismo; e,
o) Segurança pública.
Programas, projetos e convênios marcaram as 3 últimas décadas, entretanto, não se logrou alcançar os objetivos propostos. As condições para atendimento da saúde, educação, segurança, emprego e muitos outros itens não reverteram o quadro delineado nos anos 70, e agora, a situação se apresenta mais contundente.
Não se conseguiu estabelecer um consenso entre Goiás, Distrito Federal e a União quanto à responsabilidade de cada Ente Federativo visando atender as demandas do Entorno.

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